Oseias 13:12-15
Oseias não reduz o tom de seu discurso. Ele, através do mandato
de Deus, chama atenção do povo de uma forma veemente. O povo não se quebranta.
Israel se mantem no caminho do pecado. Parece que não acredita na punição que
pode vir de Deus.
Hoje nosso povo parece viver do mesmo modo. Pessoas vivem um
cristianismo relaxado e distante da Palavra de Deus. Vive-se como se a ira e a
disciplina de Deus não fossem uma realidade na vida. Deus ama seu povo, mas
este amor não o impede de discipliná-lo, não impede de derramar seu furor
diante do pecado não confessado, diante de uma vida longe de sua vontade. Esse
trecho que lemos mostra exatamente essa realidade, a realidade da disciplina de
Deus sobre o seu povo. O autor aos hebreus afirma:
“porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que
recebe por filho.” (Hb 12:6)
Passemos a observar o que Oseias nos ensina.
1. Deus nunca esquece o pecado não arrependido (v.
12)
“Os pecados de Israel foram anotados, as suas maldades foram
escritas.” (NTLH*)
Ao descrever a ideia da iniquidade atada e seu pecado
armazenado, o profeta está dizendo que Deus não se esquece dos nossos pecados.
Eles são como documentos, que naquela época ficavam amarrados e guardados em
lugares seguros para não serem perdidos.
Deus nunca se esquece de nossos pecados. Há no coração de Deus
sempre a disposição de perdoar seus filhos, mas ele, apesar de toda sua
misericórdia e longanimidade, jamais deixa passar um pecado cometido. Não
adianta apenas deixar de praticar o pecado, é necessário que haja o verdadeiro
arrependimento e a autêntica confissão (I Jo 1:8-2:1). Jesus é o nosso
advogado, mas só fará o trabalho completo se confessarmos.
Israel vivia como se nada tivesse ocorrendo, como se Deus não
conhecesse seu coração, seu caminho. Hoje vive-se da mesma forma. Hoje vive-se
como se Deus não conhecesse nossa vida e nosso pensar. Peca-se como se nada fosse
ocorrer, como se não tivesse consequência sobre os atos cometidos.
Israel estava com seus pecados anotados diante de Deus, nossos
pecados não confessados e nossas vidas longe da vontade de Deus também estão
registrados. Aquele pecado cometido contra o próximo ou contra Deus, que se
acha que não será descoberto, ele também está registrado. Deus conhece nosso
caminhar, nosso deitar e levantar. Ele conhece o recôndito do nosso coração. Mas
por outro lado, Deus está sempre pronto para perdoar.
2. Deus dá oportunidade de arrependimento (v. 13)
“Chegou a hora de Israel começar a viver, mas Israel não quer
porque não tem juízo; é como uma criança que na hora de nascer não quer sair da
barriga da mãe.” (NTLH)
Em todo livro de Oseias a tônica foi o pecado do povo e o desejo
de Deus que este se arrependesse e voltasse. Essa é a ideia da expressão
“Chegou a hora de Israel começar a viver”, traduzida da Nova Tradução na
Linguagem de Hoje. Ela expõe exatamente o significado do arrependimento. Ao
comparar com uma parturiente Deus está mostrando que a falta de arrependimento
gera uma angustia tremenda no povo. A dor do parto reflete a ideia que o povo
sabe que está em pecado, que reconhece a sua situação, mas infelizmente não
consegue voltar para Deus com um arrependimento sincero.
Hoje, muitos reconhecem sua situação, mas não conseguem tomar
uma providência diante do seu pecado. Muitos sofrem com os seus pecados, mas
ainda insistem em não reconhecer sua situação diante de Deus.
Assim como fez com Israel, Deus faz com o seu povo hoje. Ele
chama ao arrependimento. Ele chama para estarmos em sua presença.
3. Deus não vai aliviar o pecado no dia do juízo
(v. 14)
“Será, então, que eu vou salvar o meu povo da morte? Será que
vou livrá-los do mundo dos mortos? Ó morte, venha com os seus tormentos. Ó
mundo dos mortos, venha com os seus castigos! Eu não terei mais compaixão deste
povo!” (NTLH)
No caso de Israel o castigo se consumaria com a vinda da Assíria
sobre a nação. Esta é a ideia do versículo 15 quando fala do vento do leste
(ele era chamado de sirico).
A parte final da profecia é um tipo. Apesar dos assírios serem
terríveis, estas atrocidades não foram registradas. A profecia tem um
cumprimento mais adiante. Será a grande tribulação como nunca se viu igual (Dn
12:1, 2). Jesus alertou que naquele dia as grávidas tinham que tomar cuidado
especial (Mt 21:23).
Paulo usa este trecho em I Coríntios para retratar a nossa
vitória completa sobre o pecado e seu resultado principal, a morte (I Co
15:54,55). A morte é o grande castigo pelo pecado, mas em Cristo somos
libertos. Em Cristo Deus cumpre a pena que seria nossa, mas ao mesmo tempo
devemos viver para Ele daquele momento em diante. Deus não alivia a pena,
simplesmente a transfere para Cristo, este por sua vez paga a nossa dívida e
rasga a cédula da nossa promissória (Cl 2:14).
Independente do significado profético, devemos ter uma aplicação
direta para nossas vidas. Deus não tem como inocente aquele que pecado contra
Ele. Devemos ter em nossos corações a disposição de nos arrepender diante de
Deus. De reconhecer nossa situação para que a justiça de Deus não recai sobre
nós. Em Cristo somos justificados, nEle somos santificados diante do Pai.
Precisamos realmente nos arrepender diante de Deus.
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