quinta-feira, 12 de julho de 2012

O VOTO CONSCIENTE DO CRISTÃO


Quando me converti uma das coisas que mais me atraiu para a denominação Batista foi a ideia de separação da igreja do estado. Achava no início que o cristão não deveria se envolver na política. Hoje creio que não precisamos chegar a tal extremo, tendo em vista que na Bíblia tivemos grandes líderes que deram grande testemunho de fé como Ezequias, Davi, José, Daniel, entre outros. 
O problema é que hoje estamos vivendo outro extremo. Vemos pastores que cedem seus púlpitos para políticos falarem de suas propostas ou trazerem mensagens travestidas de campanha eleitoral. Outros que apóiam abertamente este ou aquele candidato. 
A igreja precisa ter em mente que seu papel fundamental é adorar e proclamar a Palavra de Deus. Ela não precisa de ninguém que a represente diante de câmaras ou congressos. Jesus disse que seu reino não é deste mundo. Se quisermos votar temos que fazer naqueles que lutam pelos direitos de todos, pela igualdade e por uma comunidade mais justa, seja crente ou não. Esta ideia de que crente vota em crente e católico em católico só mostra que de fato os cristãos não conhecem a dimensão do reino celestial. A igreja não precisa de ninguém que lute pelos seus direitos. A verdadeira igreja é apenas a embaixada de um reino muito melhor do que este que estamos agora.
Ao votar, tenha consciência de que está fazendo o melhor para sua comunidade não pela igreja. O melhor que você pode fazer pela igreja é representá-la com dignidade diante de uma sociedade corrupta, com santidade de vida e proclamando o evangelho santo. 
Se os políticos evangélicos lutassem pela justiça social, por educação e por melhores condições de vida das pessoas de forma verdadeira e não com a hipocrisia que temos visto, já seria um grande testemunho. Se  se negassem a participar de missas de posse de prefeituras (como os amigos de Daniel e ele mesmo que não se dobraram ante a religiosidade falsa de sua época) e de manifestações ecumênicas que tentam impor um sincretismo religioso que só atrapalha o avanço do verdadeiro evangelho, já seria de grande testemunho. Se aqueles que estão no congresso levantassem a sua voz contra privilégios religiosos, como feriados cristãos ou católicos em um pais que oficialmente nem religião tem, já seria um grande testemunho. 
Sou batista com muita convicção, e a liberdade religiosa é outra coisa que devemos preservar. Nosso papel é pregar, testemunhar e adorar. Não precisamos de dia da Bíblia (falo em termos de leis), educação religiosa em escolas, ou coisas semelhantes a essas. Nossa nação não tem religião. E quando nossos políticos impõem coisas do cristianismo estão desobedecendo nossa constituição, logo estão em desobediência à Palavra de Deus (Rm 13:1  entendo que a constituição é uma autoridade). Se temos feriados cristãos deveríamos ter islâmicos ou de qualquer outra religião, afinal, somos um país de muitas raças. Creio que o correto é não termos nenhum, assim estaríamos dentro daquilo que realmente propõe nossa Carta Magna.
Precisamos sim de cristãos que se comportem como tal. Que estejam dispostos a pagar o preço de sermos um povo que pertence a outro reino. Que não precisamos de conchavos políticos para que os evangélicos possam viver bem, mas que estes estejam prontos para por a sua vida em jogo por amor ao Deus que dizem servir.
Precisamos de homens e mulheres dispostos a viver a Bíblia de forma tal que desagrade os "Dários" e "Nabucodonozores" da atualidade. Que estejam prontos para serem acusados pelas esposas dos "potifáres" e perseguidos pelas "Jezabéis" dos tempos hodiernos. 
Estamos em ano eleitoral. Vote com consciência, mas não vote em candidatos que lutam pela igreja ou que fazem promessa para ela. Lembre-se: o nosso reino não é deste mundo e Deus não precisa de nossa ajuda, ele é Deus.




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