Com todo respeito aos irmãos que gostam de cantar suas vitórias
nos meios midiáticos, nos púlpitos, ou mesmo em um bate-papo informal, creio
que vocês precisam conhecer a vida de Paulo, Pedro, João, Habacuque, Spurgeon,
Bunian, entre outros, principalmente da igreja chamada primitiva, ou da igreja
dentro dos países comunistas em um passado bem próximo. Foram pessoas que
sempre sentiram o cuidado de Deus em suas vidas, e o testemunharam
profundamente, mas que experimentaram de perto o escárnio, a dor e alguns deles
até a morte. Será que Deus não cuidou deles?
Habacuque, por exemplo, mostra que o cuidado de Deus se reflete
mesmo na disciplina que Ele dá ao seu povo, ainda que seja dura demais e
reflita em pessoas inocentes (remanescente). Ele mostra que embora sentisse
pela dor do sofrimento causado pelo pecado do próprio povo, sabia que Deus não
o abandonara. O profeta demonstra que, mesmo que tudo vai mal, ele podia
descansar em um Deus que lhe garantiu um cuidado sem igual – sua salvação. Daí
ele pode dizer:
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na
vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam
mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais
não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.” (Hc 3:17,18)
Que é bom poder descansar no poder do Senhor! Que delícia é
saber que nada pode nos separar do amor que está em Cristo Jesus! Este é o
cuidado de Deus para nossa vida.
Outro grande exemplo, e quero parar por aqui nos exemplos, é o
de Paulo. É dele uma das frases mais consoladoras da Bíblia:
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
um peso eterno de glória mui excelente” (II Co 4:17)
O que vejo hoje que este senso de glória eterna está perdido em
meio a Igreja de Cristo. Não conseguimos ver a bênção de Deus quando não somos
atendidos em nossas petições. Sofremos com “síndrome da mulher de Jó”, quando
na realidade tínhamos que aprender com este grande patriarca, que em meio a dor,
e mesmo falhando em sua auto justificação, pode dizer: “Ainda que ele me mate, nele esperarei...” (Jó 13:15).
Por fim, quero lembrar que a palavra “testemunho”
tem sua origem em um termo grego que deu início a outra palavra de nossa língua:
martírio (do grego marturia). Logo, nosso testemunho não compreende a
demonstração das vitórias nesta vida, mas a certeza que mesmo derrotados aqui,
somos mais do que vencedores em virtude do peso maior da glória mais excelente
que por nós espera.
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