segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O PODER DAS PALAVRAS




Mais uma do Facebook. Tenho visto constantes publicações relacionadas a expressões que falamos e seus significados. A última é a palavra “danado”. Na maioria das publicações vê-se uma preocupação exacerbada em não se poder falar esta expressão porque ela significa “condenado ao inferno”. Este é apenas um dos significados da referida palavra. No Dicionário Aurélio, por exemplo, não aparece este significado, nem no Michaelis, e estes são dois dos mais sérios dicionários que temos. No primeiro vemos o significado de “travesso”, “esperto”, “hábil”, “incrível”, entre outros adjetivos positivos. No segundo ainda aparece: “valente”, “extraordinário”, “levado da breca”, “indivíduo ousado”, entre outros também positivos. Sendo assim, não precisamos ficar preocupados com um significado, mas com o que se passa em nosso coração quando falamos expressões como esta. Particularmente não a uso, mas não condeno quem o faz quando sei o contexto em que está inserido.

Salomão diz:

 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida”. (Pv 4:23)

Estas palavras do rei sábio já dizem tudo. Devemos vigiar nosso coração. Chamar uma criança de “danadinha” em meio a uma brincadeira infantil ou quando esta faz uma travessura, faz parte do contexto. Chamá-la da mesma Palavra com ódio no coração pode leva-la a um trauma, mas não porque a palavra teve poder, mas o seu ódio o teve.

Jesus afirma que o que sai da boca procedendo do coração é o que contamina (Mt 15:18), e no versículo seguinte ele afirma que é do coração que procede os maus pensamentos, mortes, adultérios, entre outras coisas enumeradas pelo Mestre. Portanto, o que mais precisamos é vigiar o nosso coração.

Por tudo isso, não se culpe nem perca seus hábitos por causa de publicações sem entendimento e sem embasamento Bíblico. Mantenha, sim, seu coração limpo para que você possa amar seus filhos e qualquer outra criança com o amor que procede do Pai Celeste. Não são palavras que destroem, é a falta de amor, carinho e compreensão que têm destruído nossos lares.

Para encerrar, nosso vocabulário é muito rico e regionalista. Uma palavra que em lugar é uma ofensa, pode ser um elogio em outras regiões. Cito como exemplo a palavra “manga”, ela possui diversos significados possíveis, mas não quer dizer que sempre que eu a use quero me referir à fruta da mangueira, ou ainda à parte do vestuário que cobre o braço. Tudo vai depender do contexto. E isto serve para qualquer palavra do nosso rico idioma.

Nossa fé precisa ser racional e coerente, e não podemos ser levados por misticismos que nada mais são que frutos de corações que não conhecem de fato a Palavra de Deus.


Soli Deo Gloria.


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