terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ESCOLHENDO UMA IGREJA – Parte 4


Uma igreja renovada ou tradicional


Esta é a desculpa mais complicada de se debater. Primeiro porque depende do conceito que se leva para o lado renovado ou tradicional. Segundo porque também depende das convicções bíblicas e teológicas de cada um. Ao contrário das desculpas anteriores, esta pode ser realmente utilizada, desde que haja uma compreensão do que realmente significa.
Primeiramente devemos entender o que realmente vem a ser uma igreja renovada. Muitos determinam como igreja renovada aquela que tem manifestações de dons de forma sobrenatural. Neste ponto tenho que respeitar, embora haja argumentações bíblicas que poderia usar aqui. Porém, embora respeite muito, precisamos olhar as manifestações sobrenaturais com carinho e cuidado bíblico. Os sinais nos Evangelhos foram feitos com um objetivo: mostrar que Jesus era o Cristo. No restante da Bíblia não encontramos uma quantidade tão grande assim que mereça mais destaque do que a exposição pura da Palavra. Se uma igreja tem por rotina os sinais, algo está errado. Deixou de ser um sinal de renovação e virou pura tradição com grande tendência a charlatanismo ou emocionalismo que leva a sintomas psicóticos ou psicossomáticos.
Com isto vemos outra questão. Se os sinais se tornam uma rotina, isto também vira uma tradição. Logo, qual é a igreja tradicional aqui? Tudo aquilo que passa ser rotina, vira tradicional. Além disso, os sinais devem ser aferidos à luz da Bíblia. Sinais que vão de encontro às doutrinas bíblicas, ou não as seguem, não podem ser aceitos como verdadeiros.
Há também aqueles que determinam uma igreja como renovada quando seus cânticos são animados; pode-se bater palmas, pular ou dançar. Este ponto cai no mesmo erro do anterior. Se isso é uma rotina, vira tradição.
Outra questão aqui é entender o que é uma igreja tradicional. Nem sempre o que as pessoas estão chamando de tradicional reflete o que realmente a igreja ou seu pastor são. Com a ideia da renovação, se uma igreja for um pouco mais tranquila em sua música, mesmo que do seu púlpito ocorra uma pregação bíblica e poderosa, esta igreja é chamada de tradicional. Em contrapartida, os verdadeiros tradicionais, ao verem uma igreja mais descontraída, mesmo que suas músicas tenham letras bíblicas, e de seu púlpito jorre uma mensagem verdadeira, ela é chamada de renovada. O que está faltando nos dois casos é a Bíblia como centro dos questionadores.
Logo, a questão aqui é mais séria do que parece. Estamos colocando nossos gostos acima da Palavra de Deus. Estamos colocando a nossa glória, acima da glória de Deus. Uma igreja pode ser perfeitamente equilibrada, sem deixar de ser bíblica. Não gosto da ideia de que jovens não cantem hino do Cantor Cristão, Harpa ou Hinário; ou de adultos que não cantam as músicas modernas só porque têm mais instrumentos, ou são mais barulhentas. O que mais precisamos ver é a letra. Já identifiquei no Cantor Cristão letras que deixam a desejar biblicamente, como também identifiquei muitos cânticos contemporâneos que não trazem mensagem alguma e quando trazem é uma heresia. Tudo isto precisa ser filtrado à luz das Escrituras. A única coisa inspirada nessa história toda são as Escrituras. Hino ou cântico algum é inspirado.
O fato é que qualquer que seja a desculpa, queremos mesmo é massagear nosso ego. Queremos atender nossos anseios humanos, sem olharmos para aquilo que Deus de fato determina. Toda igreja precisa se renovar conforme as tradições bíblicas. E toda igreja com tradições bíblicas precisa renovar o mundo através do entendimento bíblico (Rm 12:1,2).

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