Esta é uma época complicada para mim. Não consigo me alegrar
como a maioria, ao contrário, sobre mim recai uma tristeza tremenda,
principalmente por causa da hipocrisia do ser humano. Tem o ano inteiro para
ajudar o próximo, para contribuir para uma sociedade melhor, mas só lembra isso
neste período do ano. Peço desculpas aos meus amigos que gostam deste período,
para mim é o mais hipócrita do ano. Consegue vencer até o carnaval, pelo menos
ali a carnalidade humana fica estampada sem máscaras.
Mas o que mais me incomoda no natal é a falta de consideração
com o verdadeiro possível aniversariante (falo isto pois a data exata do
nascimento de Cristo ninguém sabe). Fala-se sobre certo homem barbudo como se
ele fosse a essência do natal. Fala-se de presentes de ordem material como se
estas coisas fossem o ponto máximo. Fala-se em neve, como se o contexto do
mundo inteiro fosse de neve, sendo que no Brasil é o período mais quente do
ano. E, ultimamente, tem se falado em resgatar a magia do natal, como sempre
olhando para o lado material.
Deste ponto quero passar a expor o que entendo da magia do
natal. Em primeiro lugar a magia do natal começou quando Deus abriu mão de sua
glória para se humilhar e resgatar o homem perdido em seus delitos e pecados. Não
há nada de bom no coração do homem (Sl 14:1-3; Rm 3:23). Ele é enganoso por si
só (Jr 17:9). Mas Deus não leva em conta isto e através de seu imenso amor cria
um povo para si através do sacrifício de seu Filho. Aquele que é o aniversariante
esquecido.
Em segundo lugar a magia do natal passa pela cruz de horror no
Calvário. A grande mágica de Deus começa no resgate ao homem, sem méritos,
através dos méritos de Cristo na cruz (Rm 6:23). Lembrar-se de Jesus na
manjedoura é lindo, humanamente falando chega a ser meigo, mas lembrar da cruz é
complicado, todavia sem ela a magia do natal não existiria. Jesus seria um
homem como outro qualquer.
Em terceiro lugar a magia do natal está na regeneração do homem
perdido (II Co 5:17). A grande mágica de Deus é mudar o coração do homem
pecador. Daquele que se rende aos pés, não da manjedoura, mas da cruz, para que
sua culpa seja retirada e a ira de Deus completamente removida.
E por fim, a verdadeira
magia do natal está em compreender tudo isto e passar a viver o natal cada dia
de sua vida, não um momento no ano, mas todos os momentos. É passar a viver de
forma que Deus seja glorificado e que a eternidade é o grande presente dado por
Ele ao homem, sem mérito algum deste, mas com todos os créditos, não a um
velhinho de barba branca, mas do seu filho coberto de sangue.
Soli Deo Glória.
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