terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ESCOLHENDO UMA IGREJA – Parte 1



O problema da estrutura


Vivi os últimos três anos observando algo que me chamou atenção. Claro que preciso rever talvez alguns conceitos e olhar para mim mesmo e saber se realmente estou no caminho certo. Às vezes assola uma dúvida terrível no ministério que me faz pensar se estou neste caminho. Mas o que ocorreu nestes dois anos realmente me fez pensar e escrever um pouco sobre a escolha da igreja onde ser membro.
Tudo começou quando fui fazer um balanço de algumas pessoas, em alguns casos famílias inteiras, que me afirmaram que gostaram muito de mim e de minhas mensagens, mas a igreja...
O que me chamou atenção foi a quantidade de vezes que ouvi isto. Em um primeiro momento isto parecia lisonjeiro, pois, afinal o problema não estava em mim. Mas logo a seguir percebi que na grande maioria dos casos o problema era mais sério do que parecia. Sei que alguns que me falaram isto lerão o que agora escrevo, e espero que repensem seus conceitos, não por mim, mas pelo Deus que afirmam seguir; não para voltarem à igreja que pastoreio, mas para buscarem a viver dentro do que a Palavra de Deus nos ordena.
A primeira das argumentações é de que falta estrutura na igreja e que precisam de um lugar que possa oferecer isso para seus filhos. Hoje eu chamo isto de comodismo. Muitos não querem pagar o preço de servir a Deus até mesmo na educação de seus filhos e colocam nas costas do Estado e da Igreja esta responsabilidade. Igrejas que têm estrutura um dia não tiveram (embora haja casos onde o dinheiro ajudou muito), mas  irmãs e irmãos arregaçaram as mangas e construíram uma estrutura. Mas o maior problema não é esse. A educação cristã correta depende muito mais dos pais do que da igreja. É da família a responsabilidade de criar seus filhos.
Muitas igrejas não conseguem mais sair da situação onde estão, não por falta de vontade de seus lideres, mas porque foram cercadas de mega-igrejas que oferecem todos recursos que as famílias precisam e por isso preferem frequentá-las do que as igrejas de seus bairros.
Hoje com os recursos de locomoção e de mídia podemos ficar próximos de grupos que se reúnem quilômetros de distância. Isto é bom? Talvez. Mas o fato é que muitos cristãos não têm mais vínculos nas localidades onde moram porque os seus estão distantes dali. A ideia de congregação para a Igreja Primitiva era na localidade e não em outro lugar. Muitos participam de evangelismos em sua igreja a quilômetros, mas nunca distribuíram um folheto a um vizinho de apartamento.
O mais triste de tudo isto é que não vejo os pais de fato preocupados com o conteúdo bíblico e teológico que recebem, ou que seus filhos estão recebendo. Muitas dessas grandes igrejas se preocupam apenas com lado humano. São mensagens puramente voltadas para curas, libertações, autoajuda, sermões motivacionais, entre tantas outras coisas que tratam apenas de coisas desta vida, afinal, precisam crescer mais e mais para manter a estrutura. São programações ou eventos para agradar a fim de manter principalmente o jovem na igreja ou tirá-lo do mundo, mas sem uma visão do senhorio de Cristo em suas vidas.
Olhar estrutura deveria a ser uma das últimas coisas na lista de escolha de uma igreja. Na época do profeta Oseias Israel vivia momentos de prosperidade, mas estava completamente longe de Deus. A grande maioria das igrejas que têm oferecido estrutura para seus filhos, não têm de fato oferecido àquilo que eles e você mais precisam – conceito correto sobre vida eterna. Claro que existem grandes igrejas que oferecem o verdadeiro evangelho, mas mesmo assim, estrutura deveria ser o último critério de escolha. Isto apenas mostra o comodismo que habita no meio do povo de Deus. 

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