Muito tem se comentado sobre a ideia de igreja contemporânea.
Surgiu inclusive uma denominação que carrega esse nome. O grande objetivo desta
ideia é a inclusão dos homossexuais e afins.
Respeito muito a escolha de cada um, e creio que o preconceito
deve ser combatido de todas as maneiras, sendo necessário, com o apoio do
estado e de legislações que protejam toda e qualquer forma de preconceito, sem
confundir proteção com privilégios. Mas uma coisa precisa ficar clara, o pecado
nunca deixou de ser pecado.
Não quero me deter apenas ao homossexualismo, pois isto seria a
prova de que este pecado tem mais destaque do que os outros. A Bíblia não deixa
dúvida sobre muitas coisas que hoje os chamados evangélicos aceitam com muita
naturalidade. O divórcio, por exemplo, é repudiado por Deus, mas, apesar disso,
os evangélicos, dos quais muitos dizem que lutam pela família, se colocam a
favor do divórcio e contra o homossexualismo. Ora, quem luta a favor da
família, deve se colocar contra toda e qualquer coisa que se levanta contra
ela, não apenas o homossexualismo.
O grande problema é a contextualização da Bíblia. Não se
contextualiza interpretações, mas sim as aplicações. Logo, tanto o divórcio,
como o homossexualismo, nunca deixaram de ser pecado.
Ah, mas Jesus recebeu a mulher adúltera e condenou os religiosos
que a acusavam. Quando se quer interpretar errado, só se vê o que interessa.
Observe bem o texto de João 8. Jesus realmente estava atacando a hipocrisia dos
líderes religiosos, que na realidade estavam querendo apanhá-lo em uma falha.
Mas note que depois de ter dado a lição que eles precisavam, o Mestre retorna
sua atenção para mulher e diz: “Ninguém te condenou? ... Nem eu também te
condeno; vai-te e não peques mais.”. Note que Jesus quando fala que não a
condena é no que tange a punição do apedrejamento, mas ele deixa claro que ela
tinha que largar o pecado.
A Bíblia sempre foi incisiva quanto ao abandono do pecado. Sendo
assim, quando criamos igrejas que contêm qualquer coisa que ela condena, não é
contemporaneidade, é permissividade. Estamos permitindo que o pecado permaneça.
Divorciados, homossexuais, e qualquer outra pessoa que aceita a verdade do
evangelho devem se arrepender e não cometer mais o pecado. E a igreja, em
contrapartida, deve aceitar essas pessoas com amor e ajudá-las a vencer, sem
hipocrisias e falsa religiosidade baseadas em tradições e conceitos humanos,
mas única e exclusivamente na Bíblia.
Outro argumento que se usa a favor da igreja contemporânea é que
os evangélicos têm aceito coisas que não aceitavam. De fato isso é verdade. Em
alguns casos é porque realmente havia interpretações erradas. Em outros o
pecado está sendo alimentado. Por exemplo, o fato da mulher ter mais espaço
hoje, não tira dela a condição de mulher submissa ao seu marido, de acordo com
a Palavra de Deus. O homem não deixou de ser o cabeça. Logo, quando isso se
inverte, é pecado. A Bíblia não autoriza essa inversão. Ela deixa claro que o
homem é o cabeça. Qualquer coisa fora daquilo estabelecido por Deus é errar o
alvo, ou seja, é pecado.
O que se precisa é de igrejas e líderes que preguem o evangelho verdadeiro
e pleno, com amor e coragem, e que estejam preocupados em encher o céu e não o
bolso ou seus santuários. Contemporaneidade não pode ser confundida com
permissividade. Há coisas que a Bíblia de fato nunca condenou, mas infelizmente
a igreja, através de um farisaísmo inexplicável, reprovou. Por outro lado, há
coisas que a Bíblia não dá autoridade alguma de se interpretar de outra forma
que não seja aquela que está escrito, e isto não depende de cultura ou tempo,
mas de aceitar ou não o verdadeiro evangelho.
“Em uma cultura o evangelho sempre será uma contracultura” (John
Stott).
"Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra." (II Tm 3:16,17)
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